sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Momento Filosófico

"Os limites da minha linguagem significam os limites do meu mundo." ou "Os limites da minha linguagem são os limites da minha mente. Tudo o que sei é aquilo para que tenho palavra.".
Ludwig Wittgenstein

Apesar de me ocorrer semelhante pensamento "A pequenez do meu mundo reside nas palavras por descobrir" depois de ouvir alguém dizer a frase de Wittgenstein, percebi que o pensamento é mais abrangente que a própria linguagem. Porquanto que a linguagem limita o próprio pensamento ou acto de pensar. Quando estou a viajar na minha mente não o faço exclusivamente por palavras mas também por imagens e sensações, muitas das quais não há palavras que as descrevam. Quando tento exteriorizar pensamentos ou sensações apercebo-me dos limites da nossa linguagem. Portanto eu diria que o meu mundo pode ser limitado pela linguagem.


"O pensamento de Wittgenstein evoluiu entre o Tractatus e a obra póstuma Investigações Filosóficas (1953), que recolhe as conferências dadas por ele em Cambridge. De fato, ele quase abandonou muitos de seus pontos de vista anteriores, tais como quando ele afirma que "os limites da minha linguagem são os limites do meu mundo". Como muitos filósofos da linguagem, Wittgenstein, quando jovem, tratou as palavras como indicadores ou símbolos das coisas no mundo. Mas, na maturidade Wittgenstein considerou que toda essa ênfase na referência era simplista demais.
Em Investigações Filosóficas (1953) Wittgenstein oferece um novo ponto de vista: o significado das palavras não depende daquilo a que elas se referem, mas de como elas são usadas. A linguagem, dizia ele, é um tipo de jogo, um conjunto de peças" ou "equipamentos" (palavras) que são usadas de acordo com um conjunto de regras (convenções linguísticas). Como no Tractatus, o mundo é construído a partir de proposições, ou proposições potenciais, mas agora a ênfase recai menos no que as afirmações "significam" (denotam) do que em como elas se desenvolvem dentro de um contexto e um conjunto de regras.
Segue-se disso que o conhecimento não consiste em descobrir (ou inventar) alguma "realidade" que corresponda ao que falamos, mas sim em estudar o modo como a fala funciona. Assim sendo, a linguagem comum é o sujeito apropriado da filosofia. Problemas filosóficos tradicionais, relativos a conceitos tais corno "ser" e "verdade", são meramente confusões que surgem a partir do jargão filosófico e a tentativa equivocada de descobrir a "realidade" que ele supostamente "representa"."
Retirei este texto do site seguinte:

1 comentário:

Ludwig Josef Johann Wittgenstein disse...

Eu concordo plenamente com a minha frase. A linguagem não é capaz de restringir a nossa imaginação e pensamentos, mas pode impedir-nos de exteriorizarmo-los, limitando o nosso mundo. A única maneira de criar coisas novas no mundo é através da nossa expressão, seja por linguagenm oral, gestos ou imagens. E caso essa nossa capacidade for limitada, não poderemos mais perceber as coisas do mundo, não poderemos nomear as coisas todas do mundo. O mundo humano é uma representação nossa, daí os valores econômicos, sentimentais e morais, daí todas as ciências.